Aposentado morre e família culpa hospital de Sena por negligência

A diretora geral do hospital João Câncio Fernandes, Antonia Gadelha, disse através de uma nota de esclarecimento divulgada nesta segunda-feira, 1, que instaurou sindicância para apurar as causas da morte.

O músico Paulo Guedes morreu no último domingo, 31
O músico Paulo Guedes morreu no último domingo, 31
A família do músico aposentado Paulo Guedes Monteiro, 79 anos, vai entrar com uma ação na Justiça, por negligência médica, contra o hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira. Paulo morreu na manhã do último domingo, 31, após dar entrada no Pronto Socorro do hospital.

Um dos filhos do aposentado, Gilberto Monteiro, disse que seu pai foi tratado com indiferença pela equipe que estava de plantão. “Vi meu pai morrer à míngua”, afirma Monteiro bastante abalado.

Ele diz que Paulo Guedes chegou ao hospital às 11h45min da manhã com a pressão arterial marcando zero, e ao ser atendido na emergência, logo foi enviado para uma enfermaria, onde não tinha balão de oxigênio e nem enfermeiros para lhe dar assistência.

“O descaso à vida do meu pai começou quando chamamos a ambulância, que demorou quase vinte minutos para chegar à nossa casa, que fica há cinco minutos a pé para o hospital João Câncio”, denuncia.



Gilberto afirma que a equipe que estava de plantão, mesmo vendo que seu pai estava bastante pálido e gelado, demorou a pedir o exame de glicemia capilar. “Eles só fizeram o exame quando meu pai estava quase morrendo”.

Ele conta que os quinze minutos finais de vida do pai foram agonizantes. Após familiares perceberem que o soro fisiológico tinha saído de sua veia, procuraram por várias vezes a equipe de enfermagem para recolocar a agulha, mas não encontraram nenhum dos membros da equipe que estava no plantão.

“Quando conseguimos falar com um deles fomos tratados de forma grosseira. Meu pai já estava em seus últimos instantes de vida, sem batimento cardíaco quando o médico chegou à enfermaria. Durante o tempo em que ele esteve internado a única medicação que recebeu foi soro fisiológico”, lembra Gilberto.


Em nota, diretora do hospital diz que vai apurar as causas da morte
 do aposentado
Em nota, diretora do hospital diz que vai apurar as causas da morte do aposentado
Direção do hospital abre sindicância
A diretora geral do hospital João Câncio Fernandes, Antonia Gadelha, disse, através de uma nota de esclarecimento divulgada nesta segunda-feira, 1, que instaurou sindicância para apurar as causas da morte do músico Paulo Guedes.

“Para que não fiquem dúvidas sobre os procedimentos desta unidade, iremos apurar até as últimas conseqüências as alegações da família”, promete Antonia Gadelha.


Quem era Paulo Guedes Monteiro
Membro de uma tradicional família, o músico Paulo Guedes Monteiro nasceu em Sena Madureira no dia 28 junho 1931. Ele foi integrante da antiga Retreta, onde se consagrou como um dos melhores saxofonistas do Acre.

Paulo Guedes era casado com dona Clotilde há 52 anos, com quem teve quatro filhos: Giselda, Gilberto, Gilmar e Gilson Monteiro, que lhe deram sete netos.

Para a deputada eleita Toinha Vieira, Sena Madureira perde um homem que durante toda sua vida só deu bom exemplo a todos que o conheciam. “Além de ser marido e pai exemplar, o Paulo era uma reserva moral do nosso município”, observa.

Nos últimos anos de sua vida Paulo Guedes era visto debruçado quase que todos os dias na janela de sua casa, localizada no Bairro do Bosque, onde cumprimentava os amigos que passavam e ficava a observar o movimento diário de carros e pessoas que entravam e saiam da locadora de filmes do seu filho Gilberto.


"Sentí-me uma pessoa incapaz"
A ContilNet publica, na íntegra, nota emocionante do filho de Paulo Guedes, Gilberto Monteiro





No dia 31 de outubro, às 10h12m, recebi uma ligação de uma prima dizendo que meu PAI estava desmaiado em casa. Acionei imediatamente o SAMU, que demorou 15 minutos para chegar e só com o motorista. (a distancia da minha casa para o hospital e de aproximadamente 400 metros).

Quando meu PAI deu entrada na emergência com pressão arterial 0(zero)em vez de ficar sobre forte observação médica, foi internado. Passou-se 17 minutos da emergência (local de onde não deveria ter saído) até a chegada a enfermaria (que na verdade era a sala de isolamento).

Somente 10 minutos depois recebeu novamente atendimento médico. Aproximadamente às 11h30min, começou a baixar sua pressão por conta do soro ter saído de sua veia. Durante aproximadamente os 15 minutos finais de vida do meu PAI, nós víamos os seus últimos suspiros e IMPLORAMOS, por alguém (enfermeiros e/ou médicos) para recolocar pelo menos o soro em sua veia (já que tinha sido informado que não existia oxigênio no hospital) e garantir um pouco mais de vida para o meu PAI. Só apareceu alguém (enfermeiros e/ou médicos), quando meu PAI já estava sem condições de reagir.

POR ISSO MINHA REVOLTA COM A SAÚDE DE 1º MUNDO, EU VI MEU PAI MORRENDO E OS "RESPONSÁVEIS", NÃO FIZERAM NADA.

Eu sou consciente de quando a hora chega, não tem jeito, mas poderia ter sido amenizada.

AGORA EU ESPERO QUE ALGUÉM ME RESPONDA AS SEGUINTES PERGUNTAS:

Porque o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), só chegou na casa de meu PAI depois de 15 minutos e após a segunda ligação, mesmo eu tendo me identificado (com o nome profissional, apelido e ainda relatar qual o percurso tinha que ser feito?

O SAMU é pra atender chamado só com MOTORISTA?

O paciente com pressão zero, que é pra ficar sob fortes cuidados médicos em qualquer lugar do mundo,foi internado na enfermaria. Por que?

Como, depois de ter sido avaliado por outro médico, os procedimentos continuaram os mesmos (ou seja, nenhum)?

Por que nenhum enfermeiro foi trocar o soro do meu PAI a tempo?

 E se tinha tanto oxigênio no hospital, por que não colocaram no meu PAI?

Por que só depois do meu PAI morto, a enfermeira passou com01 (um) tubo de Oxigênio?

E a última pergunta, já que não sou médico: como alguém que a gente está vendo dar seus últimos suspiros, precisando de AR, morre de infarto agudo do miocárdio?

Obs.: Em uma nota de esclarecimento publicada pela direção do hospital, sobre o assunto, antes mesmo de qualquer decisão da família ser tomada, diz-se, que o meu PAI chegou ao hospital com uma forte dor no TORAX; só se além de tudo o pessoal do Hospital, não escuta; pois a única dor que o meu PAI estava sentindo, era uma dor, como nós costumamos dizer, “no pé da barriga”.

Me respondão com sinceridade: dá pra agüentar isso CALADO?

EU QUERO AJUDA PARA QUE ISSO NÃO ACONTEÇA COM MAIS NINGUÉM!

Fonte: