Serra faz comício em pavilhão da Festa da Uva, em Caxias do Sul


 


O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra-fotopequenaO candidato do PSDB à Presidência da República,
José Serra, fez comício na cidade gaúcha de Caxias
do Sul na noite desta terça (26).
(Foto: Jeferson Bernardes/Preview.com/AE)
Na sua terceira visita ao Rio Grande do Sul neste segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reuniu aliados num comício na noite desta terça-feira (26), no pavilhão onde ocorre, a cada dois anos, a Festa da Uva, em Caxias do Sul. Serra fez um discurso carregado de simbolismos - como pombas brancas e hinos -  e repleto de críticas à campanha de sua adversária, Dilma Rousseff (PT).

Sem citar nomes, o tucano afirmou durante o comício que nunca, em campanhas anteriores, viu uma “máquina da mentira funcionando como agora” e disse que os métodos utilizados pelos adversários se assemelham à prática de "propaganda nazista”.

Relembrando eleições anteriores desde Getúlio Vargas, ele disse que nunca uma campanha “chegou ao nível de transgressão das regras do jogo democrático, de utilização dos órgãos do governo, de abuso do poder para se ganhar uma eleição”.

“Nunca houve nada parecido. Eu nunca vi uma máquina da mentira, dos profissionais da mentira, funcionando como agora. Pegam uma coisa completamente absurda e ficam repetindo o tempo inteiro. Repetindo, repetindo, no melhor estilo da propaganda nazista ou fascista, repetindo, repetindo”, afirmou.
“Nesta campanha, seis ou sete vezes, já tivemos choques com o pessoal do PT, que vem com violência. Outro dia, na saída de uma missa no Ceará. Uma coisa incrível. Gente disposta a bater, a obstruir, a provocar. Mas eu tenho dito sempre, que em lugar do punho fechado da intolerância, nós oferecemos ao Brasil o abraço fraterno da solidariedade”, disse, numa referência indireta à agressão que sofreu num evento no Rio de Janeiro.

Ele também mencionou a quebra de sigilo fiscal de sua filha, seu genro e de outras pessoas ligadas ao PSDB. Disse que “jogaram a Receita Federal na lama”. “Dez ministros do atual governo foram afastados por irregularidade. Sabe que isso é recorde brasileiro, recorde na nossa história e provavelmente recorde mundial”, citou.

Para se contrapor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a cobertura da imprensa em alguns momentos da campanha, o tucano voltou a dizer que não há democracia sem imprensa livre. “A gente pode até não gostar dessa ou daquela notícia, eu também, posso não gostar, mas vou defender até a morte o direito de que a imprensa publique o que quiser”, afirmou.
Homenagens
Recebido no palco por aliados como o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) e o ex-governador Germano Rigotto (PMDB), que perderam as eleições para o governo gaúcho e para o Senado, respectivamente, Serra foi presenteado com uma cuia de chimarrão, amarrou o tradicional lenço gaúcho no pescoço, foi homenageado por eleitores vestidos com trajes típicos de colonos e recebeu pombas brancas entregues por crianças. O tucano segurou as aves nas mãos e tentou solta-las, mas não conseguiu num primeiro momento. “As pombas da paz são Serra também”, brincou o apresentador do evento. A governador Yeda Crusius (PSDB), que perdeu as eleições para o petista Tarso Genro, não participou da atividade de Serra.

A lista de “presentes” recebido pelo tucano incluiu ainda um capacete utilizado em obras, que o candidato colocou rapidamente sobre a cabeça, e camisetas de times de futebol. O público devolveu, em coro: “Ucho, ucho, ucho, o Serra é gaúcho”. O hino do Rio Grande do Sul foi tocado no início dos discursos. Serra recebeu e beijou a bandeira do estado. O hino nacional encerrou o evento, com todos no palco de mãos dadas.

No discurso, o tucano evocou o orgulho gaúcho. Disse que gosta tanto do estado que deve ter vivido no Rio Grande do Sul “na outra encarnação” e que o hino estadual é o “mais bonito”. “Quero ser cidadão honorário da pátria gaúcha”, afagou.