Falta de médicos no hospital de Sena será denunciada ao MPE

Apenas um médico atende hoje as emergências, leitos, ambulatório e cirurgias no João Câncio Fernandes; cerca de 50 mil pessoas que moram na região do Alto Purus dependem do hospital.
Jooaquim Queiroz, coordenador do Conselho Gestor do Hospital João 
Câncio Fernandes
Jooaquim Queiroz, coordenador do Conselho Gestor do Hospital João Câncio Fernandes
O coordenador do Conselho Gestor do Hospital João Câncio Fernandes, Joaquim Costa de Queiroz, disse que vai denunciar o governo estadual ao Ministério Público pelo descaso que o mesmo vem tendo com a instituição, que hoje só dispõe de um médico plantonista para atender as populações de Sena Madureira, Manoel Urbano, Santa Rosa e ainda moradores do município de Boca do Acre que habitam a região da Boca do Yaco. – Nós temos um médico para atender quase 50 mil pessoas, o que é um verdadeiro absurdo. O pior é que esses profissionais também trabalham nos postos de saúde municipais, o que prejudica ainda mais o andamento dos trabalhos aqui no hospital – justifica. Queiroz diz que se os médicos que atuam nos postos do município forem dispensados, a situação no João Câncio Fernandes deverá ficar ainda mais difícil. – Ruim com eles, pior sem eles – alerta. De acordo com o coordenador, o hospital precisa de dez médicos para poder dispensar um melhor atendimento à população. Hoje, apenas cinco médicos se revezam nos plantões para atender as emergências, o ambulatório, visitar os leitos e ainda fazer as cirurgias. – Muitas vezes, chegam pessoas em estado grave no Pronto Socorro e o médico está fazendo cirurgia. Imagine como um profissional que estudou para salvar vidas fica numa hora em que tem que optar em continuar uma cirurgia ou atender uma pessoa ferida com arma de fogo – analisa Queiroz.

Pessoas esperam horas por atendimento no João Câncio Fernandes
Pessoas esperam horas por atendimento no João Câncio Fernandes
Médicos desistem de atender no João Câncio
Joaquim Queiroz conta que muitos médicos já foram embora de Sena Madureira por não suportarem a carga de trabalho do hospital. Segundo ele, o estresse é um dos principais motivos da desistência de maioria dos profissionais.

– Já vi casos de médicos que ficaram doentes porque tinham que fazer dois plantões seguidos. Uma médica há poucos meses pediu as contas, mas voltou atrás porque insistimos muito para que ela ficasse mais um tempo até o governo contratar outras pessoas – lembra.

Hospital conta com boa estrutura física e equipamentos, mas não 
oferece médicos para atender a população
Hospital conta com boa estrutura física e equipamentos, mas não oferece médicos para atender a população
Ministério Público será acionado
Joaquim Queiroz diz que vai esperar até o final deste mês o cumprimento da promessa do Governo do Acre no que se refere à padronização do hospital. Se isso não ocorrer, ele irá oficializar uma denúncia ao Ministério Público, onde vai relatar toda a situação vivida pelos médicos e por todas as pessoas que trabalham no João Câncio Fernandes. – Se o governo contratasse médicos para atender a população, o João Câncio seria um hospital completo. Temos uma boa estrutura física, um excelente serviço de limpeza, e a comida servida aos pacientes é de boa qualidade. Também contamos com equipamentos de alta tecnologia, mas tudo isso pode se tornar inútil por não termos profissionais para cuidar da saúde das pessoas – profetiza.


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