Caravana acreana considera ‘histórica’ visita ao Peru e acordo firmado

Grupo de estudantes e professores da Ufac diz que conhecer parte da geografia, cultura e culinária de outro país, já é uma experiência histórica para a instituição de ensino.
Agência Aleac
Fotos: Odair Leal/Agência Aleac
Fotos: Odair Leal/Agência Aleac
Terminou no domingo (06), a agenda de compromissos que a Caravana Estudantil Universitária da Universidade Federal do Acre (Ufac), estava cumprindo no Peru desde a última segunda-feira, 31 de maio. O grupo composto por 115 pessoas, entre alunos e professores, participou de atividades em cinco universidades de quatro cidades peruanas.

A última instituição a receber a visita da caravana brasileira foi a Universidade Nacional Mayor de San Marcos, instituição de ensino universitária mais antiga da América, localizada em Lima, capital peruana, com quem a Ufac já desenvolve pesquisas. Os estudantes acreanos ficaram fascinados com a arquitetura histórica do prédio e puderam conhecer a estrutura do Campus.

Ainda em Lima, o grupo visitou laboratórios e participou de mesas de trabalho com docentes e estudantes da Universidade Agrária La Molina. Foram os primeiros contatos entre as duas instituições, que podem resultar na assinatura de um convênio, ainda este ano, para desenvolvimento de pesquisas e intercambio para graduação e pós-graduação de estudantes e professores.

– É uma universidade que tem ajudado muito no desenvolvimento do Peru, principalmente na área de agronomia, agro florestal, zootecnia e engenharia dos alimentos, que muito nos interessam – afirma Pascoal Muniz, vice-reitor da Ufac.

A excursão da caravana ao Peru resultou na abertura de oito vagas no curso de Medicina, na Universidade Nacional de Uacayali (UNU), em Pucalpa, e abertura de vagas para o intercâmbio de alunos e professores com a Ufac, além de propostas que podem se concretizar no campo de pesquisas. Documentos que se configuram como cartas de intenções, também foram assinados com a Universidade Nacional Agrária de La Selva, em Tingo María, e Universidade Nacional Hemílio Valdizán, em Huánuco, próximo à Cordilheira dos Andes.

O vice-reitor da Ufac, Pascoal Muniz, agradeceu o apoio do Governo do Estado e da Assembléia Legislativa do Acre. – O exemplo da Assembleia Legislativa, na pessoa do deputado Edvaldo Magalhães, deve ser seguido por outras instituições para avançarmos nos conhecimentos e desenvolvimentos de pesquisas que podem contribuir não só para o nosso estado, mas para toda Amazônia – completa Pascoal.

O que acharam os universitários
A viagem de Pucalpa a Lima foi realizada através de uma rodovia que corta dezenas de montanhas na Cordilheira dos Andes, chegando a quase 5 mil metros de altitude. No trajeto moram povos nativos que ainda preservam suas culturas.

Cursando atualmente o sétimo período do curso de Ciências Biológicas no Campus Floresta de Cruzeiro do Sul, Priscila Evelyn diz que obteve na viagem conhecimentos enriquecedores, que serão úteis para o resto de sua vida. – É muito diferente da cultura do Acre e do Brasil, por ser um povo diferente, uma paisagem muito linda, em alguns momentos sentimos medo, abismos enormes, a culinária é diferente. Essa integração vale à pena – comenta.

– Com essa viagem pude ver novas paisagens. É mais conhecimento para todos nós. Agora podemos falar na universidade de algo que presenciamos com nossos próprios olhos – diz o agradecido Fernando Katukina, líder do Povo Katukina de Cruzeiro do Sul, aluno do curso de Educação Indígena.

A estudante Lani Brito, que cursa Espanhol também no Campus Floresta, tem um dos requisitos para estudar no Peru através dos convênios firmados, já que consegue se comunicar em espanhol. – Com essa viagem pude sentir a diversidade cultural que me deixou motivada. Se tiver oportunidade estarei aqui estudando – diz.

– Independe da concretização de outras ações desse intercâmbio, nós já podemos aumentar os nossos conhecimentos em relação a novas culturas, paladares e idioma que existem em nosso país vizinhos – avalia Jayne Negreiros, estudante do primeiro período do curso de Enfermagem.

O professor de Biologia Nei Ahrens Haag, do Campus Floresta, acredita que nenhuma outra universidade do Brasil participou de uma viagem a outro país com um grupo tão significativo de alunos e professores, para vivenciar as experiências que obteve no Peru.

– Para a Universidade é o máximo porque a maioria dos alunos nunca tinha saído do Acre, só tinha a geografia do Estado em sua memória, então está sendo 100% de cultura e aproveitamento – finaliza.